As ruínas do Convento de São Bernardino de Sena - Parte 2

Em 1855 a epidemia de febre amarela que assolou a cidade fez com que o Presidente da Província voltasse a pedir aos dirigentes da Ordem que cedessem um dos salões para nele instalar uma enfermaria de emergência. Esta enfermaria lá instalada durou pouco tempo, já que no mesmo ano o Governo Provincial mostrou desejo de lá novamente se estabelecer o Liceu, porém sem sucesso. Neste período já era constante a queixa dos guardiões sobre o estado em que encontrava-se o convento e a igreja de São Bernardino. Em carta de 25 de fevereiro de 1859, o último guardião Frei Manuel detalha suas cimalhas a cair, seus tetos a desabar, suas muralhas fendidas e os corredores escorados. É real que houveram reparos diversas vezes na edificação pelos que o requisitavam, mas todas eram apenas medidas paleativas de ocasião.

No ano de 1860 já não existia mais religioso algum no convento, este estando entregue a um síndico. Neste mesmo ano tem-se documentado o interesse tanto da “Irmandade da Santa Misericórdia” quanto da “Ordem terceira do Franciscanos” pela aquisição (por renúncia) da edificação. Ambos os requerimentos foram indeferidos ainda no mesmo ano. O estado de conservação da edificação permanece em processo de degeneração até que em 1862 o então síndico apostólico Antônio Francisco ordena que se façam obras de recuperação, retelhando, na ocasião, todo o convento e a igreja, restaurando as cimalhas e limpando toda a fachada principal. Ele pretendia fazer reparos no interior, mas este não foi executado.
Durante o ano de 1871, a Câmara propôs a criação de um Lazareto para tratamentos dos pobres do município sem prévia anuência da Província Franciscana e esta negou o ato de caridade julgando o procedimento realizado como uma violação do direito de propriedade. O convento permaneceu intacto até que, em 1882 o então síndico realizou alguns novos reparos, cortando as figueiras que se espalhavam pelas muralhas e telhados e tapando as inúmeras goteiras. (continua)