Crescimento e desenvolvimento são primos que vivem brigando em Angra dos Reis. Todos falam em se desenvolver, crescer, evoluir, como se tratassem da mesma situação. Angra pouco se desenvolveu urbanisticamente, mas cresceu e ainda cresce em velocidade assustadora. Em direção às áreas verdes, encostas de morros e margens de rios. Angra cresce através da formação de favelas. Cresce a pobreza, cresce o veraneio classe C que construiu milhares de barracos que ficam na maior parte do tempo fechados criando mosquitos em bairros periféricos como frade, perequê, ariró, vila histótica entre outros. Primeiro destroem o que existe e fazem bagunça, depois chamam o poder público para concertar. Este parece que piora o problema asfaltando sem drenar, sem passar rede de esgoto (ou faz rede para jogar o esgoto no rio sem tratar), constrói casas populares que alagam (morada do Bracuí), sistemas de drenagem que custam milhões e não funcionam (verolme) e o pior: transformam gradativamente áreas de proteção ambiental em zonas de especial interesse social apenas para legitimar a ocupação desordenada dessas áreas, mas tratamento especial a elas não existe, só quando o problema cresce muito e o ônus ambiental acaba virando bônus nas urnas.
Emprego gerado só pra peão, 2000, 3000, 10000 empregos, os núnmeros anunciados são assustadores, podem e vão refletir num aumentosignificativo no caos urbano já instalado, a technip caminha no sentido de construir uma fábrica no centro histórico da cidade, alguém duvida da bagunça que isso vai gerar. Querem fazer de Angra uma cidade de gente pouco qualificada, de pouca cultura que só trabalha com o braço. Sem universidade, sem ao menos uma boa livraria (que não tem público).
Fala em aumentar o turismo, milhares de gringos enchendo a ilha grande, mas esquecem que eles fazem cocô e xixi, e muita gente junta sem tratamento de esgoto adequado polui o mar (ou o lençol freático no caso de excesso de sumidouros). Quando enche falta água, coleta de lixo se prejudica, serviços são mal prestados causando descontentamento ao visitante que só não queima o nome do destino turístico porque este é forte demais, internacionalmente falando, tanto que já se distanciou cada vez mais do continente (este é desprezado e considerado uma grande favela... e eu nem vou falar do patrimônio histórico). Muitas lanchas de bacana no mar e pronto: até a gipóia estava com a praia suja de óleo quando fui na última vez.
Angra parece um bebê gigante, que tomou corpo, mas não amadureceu, não tem condição de se cuidar. O reflexo disso está aí, para quem puder suportar ou quiser criticar. De todas as formas, eu prefiro a condição de rural, onde a qualidade de vida, a paz e a felicidade têm mais chances de sobreviverem. Movimenta-se menos dinheiro, fica desinteressante para quem quer lucrar com a política.
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