Certo dia me deparei com um blog fazendo apologia ao porto no centro da cidade e criticando uma postura da política voltada para o incentivo ao Turismo. Fiz um comentário que não foi publicado. Não era agressivo, assim como não são minhas postagens, mas a verdade dói. E a verdade é que o Porto de Angra não deveria mais estar no centro da cidade. Ele só nos trás transtorno, além de ocupar a área mais nobre da cidade com terrenos baldios. A orla do centro da cidade deveria ser para uso do povo e dos turistas. Mas atenção! Para uso do povo. E o povo não anda de lanchas e nem precisa de marinas. O povo precisa de cultura, lazer, esporte e de uma cidade mais confortável. Na minha opinião toda essa área viraria uma grande praça com quadras, quiosques, parques e muito verde.... muita sombra a beira mar. Uma paisagem mais caiçara, mais peixe com banana.
(Assassino da Ilha do Barro)
As áreas portuárias no mundo todo foram revistas. Muitas ficaram abandonadas, marginalizadas e degradadas quando os conteiners modernizaram a atividade e mudando a dinâmica dos portos que nem como zona de prostituição mais são aceitos pelas cidades. Em Angra esse meretrício ainda continua alimentado pela (mesmo escassa) atividade portuária na cidade. As maiores capitais do mundo fizeram projetos de revitalização da área portuária: Londres, Nova Iorque, Buenos Aires, Sidney, Bilbao, Liverpool, Barcelona, Boston, Baltimore e muitos outros.
(Assassino da Ilha do Barro)É o mais lógico a ser feito, o mais justo, o mais sensato. É para o benefício de muitos, da maioria dos munícipes, e como disse, também dos turistas.
Angra dos Reis tem vocação para o turismo! Turismo ecológico, turismo cultural. Basta que seja planejado com uma visão de sustentabilidade.
O que fez Angra ter a aparência de uma grande favela foram as grandes instalações: Porto, Verolme, Usina. Atividades que deveriam estar longe de Paraísos Ecológicos e Sítios Históricos, pois trouxeram um desenvolvimento econômico selvagem e nocivo que causaram grande danos a nossa natureza, bagunçaram o urbanismo e apagaram vários vestígios da nossa história.
Para uma leitura mais aprofundade sobre o tema:
Voltando às origens. A revitalização de áreas portuárias nos centros urbanos
Recebi um e-mail com essa imagem. Não podemos deixar ficar assim! Angra deve ser do povo e não dos Reis! Esse projeto é uma insanidade, tomara que não consigam realizá-lo.
5 comentários:
Esse projeto já conheço há anos, antes mesmo de me mudar para JF. Na época, ainda estudante colegial, achava o projeto a melhor coisa para a cidade. Com o passar dos anos na faculdade abri meus olhos e vi que estava completamente equivocado. O que mais me intriga é pensar como que um arquiteto-urbanista, é capaz de projetar uma insanidade dessas nos tempos atuais sabendo de todas as desgraças sociais que porjetos desse tipo já causaram pelo mundo afora. Eu canso de falar para quem tem saco pra ouvir meus desabafos exatamente o que você diz: Marina pra quê, pra quem, quem está pedindo, qual é a demanda, ou seja, o público de um empreendimento desses? Com certeza não sou, nem você, nem nenhum de nós pobres mortais, mas com certeza é uma marina para os Reis. Além de tudo o projeto prevê aterros imensos para agredir ainda mais o nosso mar. Naquela área precisamos extamente disso que foi dito, parque, praças, área cultural tão ausentes em nossa e de lazer para o povo angrense cidade.
Parabéns pela postagem!
Concordo em parte com vocês. Sou a favor da transferência do porto para outro espaço, sou a favor de que na revitalização dos espaços do porto (atuais) sejam criadas praças, equipamentos culturais, de lazer e entreterimento.
Mas é preciso também que esteja prevista a instalação de "marina" pequena para receber as pessoas que fazem acesso ao centro de barco. Afinal o comércio do centro receberia com muito gosto esta atividade, os artistas, os artesãos, os restaurantes, enfim uma marina poderá ser o elemento de incentivo a instalções de novos estabelecimentos comerciais.
Sem dúvidas. A geografia e a cultura de Angra dos Reis pede para valorizarmos o transporte aquático. E claro, as atividades esportivas, culturais e contemplativas necessitam de um suporte de estabelecimentos comerciais. Cabe quiosques, artesanato, pequenas lojas etc. Mas a massa construída não pode prevalecer em prejuízo da Natural.
Alertamos para o perigo de um grande empreendimento voltado para as classes mais privilegiadas. Quando ando em Angra olho muito para os morros. Lá está o público que deve ser contemplado com os projetos para a área. Mas não era esse o foco das intenções do arquiteto que projetou a Marina São Bento.
Parabéns pelo Blog. adorei!!!
Olha, eu acho mesmo que Angra não deve ser assim, mas pense : se fosse assim teria mais turismo, mais empregos e a chegada da cidade iria ficar bonita.
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